domingo, 20 de abril de 2008

Acordo Ortográfico

Sobre o novo acordo ortográfico muito já se escreveu e pelo que tenho lido ainda não percebi o porquê de tamanhas alterações à língua de Camões.

A favor do acordo argumenta-se que são alteradas apenas 2% das palavras, que visa fundir as várias vertentes da língua portuguesa dado que – no entendimento destes – não se pode continuar com várias ortografias do mesmo idioma e proporcionar um maior volume de vendas, também alega-se que a língua portuguesa terá maior peso no mundo e as obras portuguesas entrarão no enorme e apetecível mercado brasileiro.

Não entendo que estes argumentos sejam válidos para justificar tamanha alteração, relembro que a língua mais acolhida no mundo, o inglês, tem mais do que uma forma de escrever e de pronunciar, aliás, o inglês norte-americano é bem mais diferente do inglês britânico do que o português do Brasil do de Portugal. Não é um acordo ortográfico que colocará a língua portuguesa no centro das atenções da linguística universal. O exemplo do inglês deita por terra quaisquer argumentos sobre o novo acordo ortográfico português.

No inglês também nunca foi necessária a adaptação de livros, jornais, revistas, filmes e séries para venda nos Estados Unidos – e vice versa – e em todo o mundo. O volume de vendas não tem apoio na igualdade ortográfica, mas sim na qualidade de escrita.

Aos leitores do Alta Voz informo que continuarei a escrever humildemente como sei e da forma que aprendi, não recorrerei ao novo acordo nem tão pouco a novos dicionários, aliás, o dicionário que sempre me acompanhou e que para mim é o melhor trata-se de um Dicionário Prático Ilustrado da Lello & Irmão – editores, de 1972, um dicionário simplesmente fantástico. E para não me chamarem antiquado dou um exemplo legislativo de escrita fantástica, o Código Comercial de 1888 ainda em vigor, é dos elementos normativos que estudei melhor escritos, nada comparado às técnicas legislativas actuais.

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