quarta-feira, 16 de abril de 2008

Do Comunismo ao Consumismo

Se há alguma coisa fantástica nas ditaduras comunistas são as esperanças depositadas naqueles que sucedem líderes históricos, foi assim em toda a história e volta a ser em Cuba. Raul Castro tenta nesses primeiros dois meses, mais do que colocar Cuba no rumo da prosperidade comunista ganhar a confiança do povo cubano. O levantamento da proibição do consumo de alguns bens chamados de luxo teve um impacto imediato, um povo que se pensava falido tem invadido literalmente lojas e principalmente grandes superfícies comerciais. Nos carrinhos de compras encontram-se bens que até à bem pouco tempo eram proibitivos, leitores de DVD, computadores, motorizadas, electrodomésticos entre outros bens têm tido uma procura extraordinária.

Alguns vendedores da mítica Havana afirmam que afinal o povo tem mais dinheiro do que se pensava, pois foram inúmeros os estabelecimentos que não conseguiram dar resposta à febre consumista. Os Cubanos viram levantadas outras proibições relativas ao uso do peso convertível (aquele sistema monetário que nunca conseguirei perceber) e agora podem alojar-se em Hotéis, antes destinados ao turismo internacional.

Esta febre consumista pode ter um efeito perverso, dado que as famílias estão carentes de consumo, ao dar-se um consumo em massa poderão fazer verter todas as suas economias e hipotecar o futuro que mesmo assim mostra-se difícil.

2 comentários:

Tiago Mendonça disse...

Em traços gerais :

As ditaduras não são más só enquanto vigoram ( e os cubanos ainda nem sairam do regime ditadorial dos Castro ). As ditaduras produzem reflexos mesmo depois do seu terminus. Um deles é a falta de orientaçao das pessoas, que querem tudo depressa e naquele preciso momento. Um povo oprimido ( o que pode aqui ser discutido ) durante anos, é como um miudo de 6 anos que a professora pos de castigo e nao o deixa falar durante horas. Tem depois necessidade de gritar, gritar muito.

é por aí, acho eu.

Tibério Dinis disse...

Para bem dos cubanos espero é que "de tanto gritar o miúdo não fique mudo" porque os consumos dispararam.

A propósito o que será de Havana sem os carros dos anos 50? É um simbolo da cidade!