sexta-feira, 18 de abril de 2008

A minha análise

Escrevo-vos com o distanciamento necessário e imparcialidade que a escrita pública neste blogue me impõe, e pela qual me gosto de pautar, mas tendo, obviamente, em consideração, a minha condição de militante da JSD e do PSD, e o cargo que ocupo actualmente.

Não me agrada o folhetim que está a ser feito, após a convocação de eleições directas antecipadas, por parte de Luis Filipe Menezes. Não seguirei, nessa medida, a linha seguida noutros blogues, cujos post's sobre esta matéria se assemelham a um outro que fiz sobre o novo treinador do benfica. A escolha do presidente do maior partido de Portugal e candidato a primeiro-ministro em 2009 mereçe mais que o folhetim jornalistico que alguns orgãos de comunicação e, pior, alguns militantes do partido lhe têm conferido.

Acho que os dirigentes políticos acima de tudo são pessoas. Pessoas com sentimentos, objectivos, ambições e desilusões. Acho que têm todo o direito de as manifestar e decidir, como Menezes disse, quando entram e quando saiem dos cargos políticos que exercem, obviamente, obedecendo a critérios de estabilidade que se devem colocar num patamar cimeiro aquando da tomada de decisões deste género.

Pessoalmente, acho que os mandatos devem ser levados até ao fim, pelo que quando uma pessoa se compromete, deve ter a certeza, exceptuando-se condições excepcionais e imprevisiveis, que algumas vezes, por boas ou más razões acontece, que pode cumprir o seu mandato. Acho que Menezes, deveria ter levado o seu mandato até ao fim e ignorar o foclore criado à sua volta e à volta do Partido Social Democrata. Mas ele é livre de decidir.

É livre de se re-candidatar, se assim o entender, de não se re-candidatar e até é livre para considerar que era preciso uma eleição clarificadora, chamando os críticos ao combate e silenciando-os com um resultado eleitoral, para que a estabilidade, que tantas e tantas vezes, para não dizer a maioria, é criada por militantes do PSD, que como Menezes disse, e eu concordo, parecem estar a marimbar-se para o sucesso do PSD, regresse ao nosso partido.

Ao contrário de outros, também com responsabiliades políticas na JSD e no PSD, assumo que votei Menezes e nessa medida apoie-o. Não são as circunstâncias, por serem isso mesmo, circunstâncias, que me fazem ter medo de assumir as minhas opcções ou tentar obter dividendos políticos ou pelo menos evitar fragilidades não assumindo as posições que tomo.

No dia 20 de Fevereiro de 2005, após a derrota nas legislativas, continuei a dizer que estava solidário com Santana Lopes, que o seu trabalho não tinha sido a monstruosidade que muitos diziam, que o resultado, baixo ou não, teve muitos votos Santana Lopes e não tive medo de o assumir, quando nessa altura apoiar Santana Lopes parecia crime.

Não vou como disse, e para terminar, entrar em especulações que nada de bom trazem ao PSD, sobre o novo líder. Quando todos avançarem e assumirem as suas candidaturas tomarei as minhas opcções em consciencia e votarei no candidato que mais garantias ofereça de que o PSD poderá ser uma alternativa sólida e credível ao engenheiro Sócrates.

É isto o que vos queria dizer.

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