domingo, 9 de março de 2008

Juno



Diablo Cody apresenta-nos Juno, uma adolescente irreverente e perspicaz, grávida de Bleeker (Michael Cera), seu colega, e leva-nos até esta realidade, quebrando tabus, humorizando e simplificando a situação como se de uma borbulha se tratasse.

A segurança e maturidade da interpretação de Ellen Page, que a dignaram para a nomeação como melhor actriz para os Óscares da Academia, conseguem uma adolescente de 16 anos (Juno McGuffin) com uma personalidade situada entre Chandler Bing (Friends), que não sabendo lidar com problemas torna-os piada, e o humor “Woodyanno”, transformando toda a panóplia de problemas num cómico e delicioso filme.
Jennifer Garver (a Vingadora) e Jason Bateman (The Kingdom) entram na película como os futuros pais adoptivos da “coisa”, sensíveis a toda aquela fuga a estereótipos sobre gravidez na adolescência em que nem o pai (J.K. Simmons, Homem-Aranha) mostra algum tipo de maturidade em pôr limites na sua filha irresponsável.
Sendo este género uma historia já bem conhecida, Diablo e Jason Reitman (Obrigado Por Fumar) quebram todos os clichés sobre o assunto com um brilhante toque de cinismo, indevoção e originalidade, que só assim nos foi possível encontrar Juno nos cinemas e considerado para os grandes prémios da academia. Provavelmente, se assim não o fosse, seria apenas mais um na prateleira de filmes sobre adolescentes no videoclub do seu bairro.

Para além da nomeação para o Óscar de melhor atriz, obteve-a também para a de melhor filme, melhor director e de melhor argumento original, mas este filme de banda sonora indie apenas conseguiu a estatueta para a última categoria, pela sua originalidade fugindo ao desespero, choros frenéticos e berros constantes que caracterizam estas famílias com pais adolescentes.

Diablo Cody, ex-stripper e “bloggueira”, deixa-nos assuntos em mente como a necessidade de educação sexual e o problema da falta de comunicação familiar, com algumas das consequências.
Ainda assim, recomendo o visionamento, ainda que pelo espírito original e recheio de quotes extraordinárias por uma jovem “barriga de aluguer” (e também por todas as outras personagens), que apesar do “abrilhantamento” não conseguem esconder pormenores cinematográficos que de tão simples tornam-se estúpidos por esquecidos como as barrigas “exageradamente grávidas” ou as portas dos carros nunca trancadas ou nunca necessitarem de ser abertas pelos seus donos … incrível toda a tecnologia avançada, moderna (e desconhecida) em carros como o Toyota Previa de ’97 da protagonista.
até breve ...

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