sábado, 26 de abril de 2008

As estórias da História

Deambulando pela imprensa de hoje e nas entrelinhas dos discursos do 25 de Abril, destacou-se este ano a decadência da memória colectiva sobre o evento histórico, os jovens alheiam-se do conhecimento do dia que devolveu a liberdade ao país, ou melhor, que instaurou a liberdade como nunca Portugal vivera enquanto nação secular.

Da esquerda à direita condena-se este laixismo histórico, a falta de cívico e até mesmo ausência de sentido patriótico. No entanto, é na esquerda que a situação torna-se algo caricata, para a esquerda ainda bem que há desconhecimento histórico sobre a implantação da Terceira República, o período de 74 a 76 espelha tudo aquilo que a esquerda moderna, como muitos gostam de gritar alto e bom som, não quer ser. Se os jovens conhecessem as atribulações do Verão Quente e a eminência de uma nova ditadura desta feita de extrema esquerda decerto não simpatizarão com a esquerda, para bem da esquerda é bom que ninguém se lembre destes tristes eventos históricos.

A decadência da memória colectiva da história recente de Portugal induz à ideologia que se segue, certamente que se a Primeira República fosse estudada a fundo e se tivesse alienado todo o património histórico das primeiras décadas do século XX haveria mais monárquicos, certamente que se o pós-25 fosse esclarecido a esquerda portuguesa não seria a mais representativa da Europa.

A alienação do conhecimento histórico é fulcral para saber-se ser cidadão e português, conhecer a sua ideologia e a forma como actuou nas diversas etapas da construção democrática.

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