Um primeiro abraço para todos os caloiros que agora chegam ao Ensino Superior. É o fim de um ciclo e o início de outro, por sinal, radicalmente mais exigente.
Nestes dias, poucos têm noção da mudança abrupta porque estão/vão passar. Nestes dias ,as Universidades estão ainda com poucos alunos do 1º ano e, sobretudo, nestas noites são as discotecas e as festas que ocupam a agenda dos estudantes universitários.
Não quero fugir ao tema e tecer alongadas consideraçoes sobre o mundo da noite e sobre os excessos que por estes dias se cometem. A minha opinião sobre isso, penso, é conhecida de todoas. A incompreensão por preços diferentes acompanhados de uma distribuição de senhas de bebidas inversa, tácticas de marketing baseadas na mulher enquanto isco, a insegurança em alguns espaços como é o caso do Bairro Alto, ou a tremenda pouca vergonha passada em algumas discotecas, poderão ser tema num outro post.
Hoje falo sobretudo da discrepância que existe nos vários níveis de ensino. O Ensino Básico muito fraco, com uma exigência baixissma, onde as pessoas são empurradas até ao final do 9ºano, podendo passar com notas negativas a três disciplinas. Um espaço escolar degradado e onde fenómenos de agressões fisicas e psicológicas são cada vez mais notórios. A tendência clara, para que os mais endinheirados, coloquem os filhos em colégios particulares é hoje uma realidade.
Depois o Ensino Secundário. Já se consegue encontrar boas escolas públicas, infraestruturas melhores e melhor ambiente social. Contudo a componente lectiva é demasiado dispersa e pouco enriquecedora para quem quer seguir os estudos superiores. A abrangência necessária é muitas vezes confundida com essa dispressão de matérias totalmente desnecessária. Não há um verdadeiro encaminhamento dos alunos para o Ensino Superior. Uma média de 14 ou 15 é arrecadada muitas vezes com um estudo de véspera e pouco solidificado. Ainda aqui parece existir preferência pelos colégios particulares.
Ensino Superior. Mudança Total. Aqui todos querem entrar nas escolas públicas. O quadro docente é muito mais qualificado. Os programas completamente direccionados para as escolhas das pessoas. O nível de exigência é altíssimo e alcançar médias de 14 ou 15 requer um estudo diário e uma concentração muito elevadas. É feita uma verdadeira triagem nos primeiros três meses do curso e depois só segue quem é realmente bom.
Em suma, cada vez mais parece, e analisando não só a componente lectiva dos vários estádios do ensino português, que nas escolas do ensino básico só há lugar para os maus, no ensino secundário para os médios e no ensino Superior para os bons ! Os muito bons!
Desejo um excelente ano lectivo para os novos caloiros, que depois de umas primeiras semanas( que convem que sejam mesmo as primeiras só ) de folia e diversão ( Que se espera que seja responsável e digna ) devem se concentrar no seu grande objectivo dos próximos anos : Vingarem no curso que escolheram.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
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4 comentários:
Grande texto!;)
Devem mesmo aproveitar enquanto podem porque,parece,que depois vai ser mais raro isso acontecer...
O problema do básico é que sao sempre "muito novos"para tudo.A protecçao é grande(mesmo nos horarios)e mesmo que sejas corrido a "3"a todas as disciplinas ou mesmo aquelas invenções do "3-;2+..-_-'"que iludem imenso os alunos, depois ha o choque do 10º que afinal nao é o verdadeiro choque porque pelos vistos a entrada no ensino superior e' que vai ser mesmo a doer...nao sei quando la chegar logo direi alguma coisa xD
Quanto a parte nocturna, ha efectivamente muita coisa a dizer mas tal como disseste é melhor ficar para um outro post;)
continuem a escrever!:)
Beijinhos***
É normal que a exigência aumente gradualmente, é normal que à medida que os alunos vão evoluindo na sua "carreira" fiquem só os melhores.. É normal também que alguns fiquem pelo caminho... Não estou no ensino superior, por isso não "conheço" essa mudança... Mas concordo contigo e talvez as coisas devessem ser mais organizadas desde inicio.
Beijinho Mariana
ODEIO AS PRAXES! Parecem batmans aparvalhados. Não percebo aqueles palermas que se submetem a humilhações daquelas. Para além de estúpidas e inúteis, são incomodativas, humilhantes, desprovidas de nexo, nada divertidas ou edificantes e, quase sempre, a atirar para a ordinarice ou a má-criação.
Tinha muito mais para dizer, mas enervam-me tanto que me abstenho de continuar. Parvalhões.
Desculpem-me o desabafo
Acabei de entrar este ano no ensino superior e como não podia deixar de ser fui alvo de inúmeras praxes e brincadeiras!Na minha faculdade correu tudo dentro da normalidade, normais pinturas na cara,gel, farinha e pó talco no cabelo, coisas do género. Mas apesar disto tudo, considero que as praxes quando não são em exagero, acabam por ser um modo de as pessoas se conhecerem e se adapatarem a este novo mundo.Apesar de as minhas praxes terem sido com contra peso e medida, a verdade é que sei de faculdades que obrigam os alunos a fazerem coisas inimagináveis!Para uma pessoa se integrar não precisa de fazer coisas que sao realmente exageradas e que acabam por nos humilhar.
Já agora aproveito para dar os parabens aos criadores do blog,fizeram textos espectaculares e só demonstram que são pessoas bastante interessadas pela actualidade. Força aí para continuarem este bom trabalho
beijinhos, cristina=) *** (continuas sp a fazer textos de qualidade, tiago=), parabéns)
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