Por este ou aqule motivo tenho andado arredado da escrita. O Tiago farta-se de me dar na cabeça por isso. E, lemento Tiago, mas hoje não venho alongar-me muito. Venho abrir-me convosco. Tenho uma confissão a fazer. Vou ser breve e directo. Estou viciado, completamente viciado. E acabei de tomar a minha dose diária. Tal é o meu estado que não consigo discernir se o que injecto é bom ou mau. Trata-se de, nada mais nada menos que uma série televisiva às quais – e acho importante fazer esta ressalva –, por norma, tenho uma imensa aversão, quase tão grande como o apego a esta de que vos falo. Basta dizer que desde que comecei a conssumir fico todas, literalmente todas, as noites acordado até às cinco e meia da manhã para me me deleitar com mais um episódio de Nip Tuck.
Talvez esta adição se deva à noção, cada vez mais nítida, do quão distorcida está a nossa vida, o mundo e o país. Talvez seja esta impressão que me assalta. A impressão, quase palpável, de que urge, uma intervenção cirúrgica que tem tanto de reconstrutora como de estética. É, afinal, tão difícil aceitar (já os Roquivários o atiravam à cara da desgraçada da Cristina) que beleza é fundamental? E não concordam comigo que a beleza é um conceito tão belo que, por não passar de uma construção cultural tão subjectiva como todas as outras, nos permite encontrá-la onde mais niguém a vê? Quer-me, por isso, parecer que é tão fundamental a beleza quanto difícil é não a encontrar nas mais simples e variadas circunstâncias da vida. Encontramo-la no horror, desencantamo-la no meio do caos, criamo-la na arte e na vida, surge-nos na morte, no simples e no complexo. Já diziam os romanos, mente sã em corpo são (se bem que hoje preferia não falar de romanos). Talvez precisemos de um país com a cara lavada. Ou com um lifting. Ou talvez seja necessária uma lobotomia. Venha a água e o sabão venha o Talon, venha o Egas Moniz. Quem puder com quem quiser, façamos o que fôr preciso. E se querer é poder, unamos as forças.
Bem, mas, poupando-vos à divagação, vou ao ponto concreto: é imperativo não nos deixar-mos contagiar pelo marasmo político, de ideias mas, muito principalmente, de princípios. Pelos outros e por nós, porque todo o altruísmo tem um pouco de egoísmo. Sai do computador, ou fica no computador mas faz algo. Algo de útil. Algo de que te orgulhes. Algo que te faça sentir bem. Algo que faça alguém sentir-se bem. Algo belo..algo feio, mas faz. Faz qualquer coisa, faz alguém fazer qualquer coisa. Luta, muda, fala, constrói...
E viva o Sporting, na derrota ou na vitória!!
Enfim, hoje deu-me para isto...
4 comentários:
Acabei por me alongar... ehehehe
E fizeste muitíssimo bem em alongar-te. Sabes que tens imenso jeito para a escrita, dás muito menos erros ortográficos do que eu e fazes, muitas vezes, um saudável contraponto às minhas opiniões.
Quanto à serie, confesso que nunca a vi. Mas estarei mais atento !
Muito bem! Parabéns. Gostei da divagação. A última reflexão da atitude parece vinda dum concerto de Minor Threat ou Gorilla Biscuits.
ahahahahahahah essa tá boa
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