quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Isto um dia não são dias


Pois é, isto um dia não são dias, não se habituem porque é difícil que se repita, mas hoje venho gabar a decisão do Governo acerca do novo Aeroporto de Lisboa. José Sócrates anunciou que, segundo relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), «Alcochete ganha na maioria dos requisitos»: «Segurança, eficácia e capacidade de tráfego; sustentabilidade dos recursos naturais, competetividade económica e social e a nível financeiro», pelo que a decisão do Governo recairía, preferencialmente, sobre a margem Sul do Tejo.

Esta atitude revela, a meu ver, grande coragem por parte de José Sócrates. Este emendar de mão, esta autêntica degustação de sapos, não é fácil e não é qualquer Primeiro-Ministro que tem, não só a coragem, mas também a força para o fazer. Como o Tiago diz, o Primeiro-Ministro socialista (mas pouco) é um verdadeiro mestre em certas àreas. Os seus timings são perfeitos, e na assembleia não tem oposição absolutamente nenhuma. Lida com a comunicção social - e consequentemente com a opinião pública - como poucos e tem montada uma máquina de markting e gestão de imagem - bem à americana - que funciona às mil maravilhas.

Por outro lado, se esta situação permitiu que Sócrates disfarçasse a arrogância que o caracteriza, mostrou a leviandade com que certas decisões de estrema importância são tomadas. O assunto chegou a pôr na boca de Mário Lino um descarado Jamais!, acerca da margem Sul do Tejo. Foi necessária a intervenção de diferentes quadrantes da sociedade para que fosse repensada a decisão da Ota.

Pois é, isto um dia não são dias. Raramente gabo o executivo de Sócrates. Mas também raramente me dá razões para tal. Hoje, teve a veleidade de corrigir, e ainda bem para nós, o que seria um tremendo erro.

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